terça-feira, 16 de julho de 2013

Maratona da Caixa Rio de Janeiro 07.07.13 Um Dia Desses...


Por Daniel X.

"Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito." A frase atribuída a M.Luther King, e que é muito compartilhada de forma romântica por atletas em redes sociais, pode parecer incentivadora em um primeiro momento. Mas quando se trata da nossa integridade física, existem algumas ressalvas. Se você não está conseguindo mais correr, seja lá qual for o motivo, então, o melhor mesmo é parar.

Fui para a Maratona do Rio com esse pensamento. Afinal, não fiz treinamento específico para o evento, uma vez que, fiquei muito tempo parado devido à uma fratura de estresse no calcâneo, que estava sendo diagnosticada como fascite plantar. Realmente existia uma fascite, mas a fratura foi ignorada até que eu consultasse com um médico mais experiente e especialista em pé, que atende muitos atletas. O Dr. Waldeir Estevam Lopes, da Clinorto.

O que fiz foi muita fisioterapia (desde janeiro), e um fortalecimento muscular através de pilates com o  Dr Ayslan, que é especialista na área esportiva, e atende em sua clínica vários atletas profissionais de vôlei, futebol, handball, entre outros.

E olha só que também faz pilates com Ayslan: Bruno Furtado, jogador profissional de vôlei.

E é claro, fiz uma bateria de exames, como, teste ergométrico, ecocardiograma, E.C.G., consultas com cardiologista, pneumologista, e até mesmo hematologista.
Mas porque hematologista? Em julho do ano passado, após a maratona do Rio 2012, tive uma hipotermia. Fui atendido na tenda médica do evento, e liberado. Vindo a passar mal posteriormente no aeroporto Santos Dumont, onde fui novamente atendido, só que pela equipe médica do local.
Meu vôo foi adiado, e fiquei 6 horas sentado em uma poltrona. No vôo vim a sentir uma forte dispnéia. Quando cheguei em BH, fui direto para o hospital. Fui atendido e liberado por vários dias consecutivos, mesmo persistindo os sintomas. Só na quinta vez que compareci ao hospital, já com cianose, taquicardia, Sat O2 alterada (inclusive com gasometria bem baixa), é que tive a sorte de ser atendido pela Dra Mariana Correa, que através do 1º E.C.G. que havia feito no mesmo local (11 dias antes), suspeitou de uma possível embolia pulmonar, vindo a requisitar uma Angio TC dos pulmões. Resultado: ambos pulmões com várias artérias obstruídas por coágulos...

Então precisava excluir também a possibilidade de trombofilia antes de partir para uma corrida de  longa distância, seguida de um vôo. Agradeço ao Dr. Guilherme Campos Muzzi - hematologista, Dra Munira Martins de Oliveira - Pneumologista  , e ao Dr. Marcio Luiz Torres Correa - Cardiologista, Dr. Giancarlo Garibaldi - Cardiologista, pelo acompanhamento.

O fato também me gerou dúvidas e inseguranças quanto a eficiência dos atendimentos de urgência em eventos, uma vez que, quando fui liberado do posto médico da prova, ainda estava me sentindo mal. Vindo a ser atendido novamente no posto médico do aeroporto com quadro de hipotermia.

Cópia do relatório médico do atendimento no Aeroporto Santos Dumont em 2012 (clique para ampliar):

Fui para o Rio com minha esposa, Roseli, que foi inscrita na Meia Maratona contra sua vontade, rssss.
Logo quando chegamos ao aeroporto Santos Dumont, já fui aderindo às manifestações que aconteciam no local.

José Manuel, ex-tripulante Varig, 67 anos. Em greve de fome como protesto, pois não recebe salário do Fundo AERUS de Seguridade Social há mais de SETE anos. Atualmente aparado por um "TUTELA ANTECIPEDA" que está nas mãos do Exmo Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça, Joaquim Barbosa. Saiba mais AQUI!
   

A retirada do nosso kit, que aconteceu na sexta-feira, foi tranquila.Não havia tenda de massagem, como em 2012. Mais uma vez havia uma store da Olympikus, vendendo praticamente os mesmos produtos que vem no kit. Muitas pessoas que procuravam por um cinto de hidratação, ou meia de compressão de última hora (por ainda não terem, ou ter esquecido pra trás), buscaram a solução com vendedores ambulantes do lado de fora da arena da organização. Estes vendedores, com certeza venderam muito mais que a própria Olympikus, devido a variedade de produtos.
 

Na retirada do kit encontrei apenas um conhecido: o Nescau, de BH, que iria estrear na Maratona.

Como sempre, devido ao nosso amor pela sétima arte, tivemos que ir ao cinema algumas vezes antes do dia da prova. Os comentários sobre os respectivos filmes já foram postados no "Clube do Filme" (AQUI!).

No dia da prova acordei desanimado para correr (não sei porque), não senti vontade de me alimentar direito. Fui para o local de onde partiam os ônibus para a largada e lá encontrei dois amigos: Maurício Sá e Marcos Viana Pinguim, vindo a embarcar no mesmo ônibus.

Chegando no local da largada encontrei também vários amigos das corridas, como o pessoal da ACORD, Casa do Corredor, e o Artur Muler de Divinópolis.

Tive o prazer de conhecer pessoalmente a amiga virtual, Valéria Spakauskas.

Larguei no fundão, para não atrapalhar os mais rápidos. Comecei a prova bem, tendo como referência minha frequência cardíaca. Fui mantendo um ritmo bem confortável, não deixando a FC ultrapassar 135 bpm (bem abaixo do meu limite), e naquele ritmo provavelmente iria concluir a prova com aproximadamente 5 horas.

Logo no início do percurso, o sol já estava incomodando muito. No primeiro posto de hidrotônico veio a primeira decepção. Mesmo não estando entre os últimos colocados (ainda tinha muuuita gente atrás), o hidrotônico já havia acabado a muito tempo. Sendo que, apenas os primeiros corredores puderam usufruir do repositor. A evidência que não havia o suficiente para os atletas, era a pouca quantidade de sachês vazios que estavam jogados no chão.
A água estava em temperatura ambiente, vindo vários atletas a terem que parar para comprar água gelada nos quiosques.
Fui acompanhando a amiga Valéria e sua parceira de prova, batendo papo em um ritmo bem confortável. Mas por volta do Km 15, senti uma "fisgada" no joelho direito, e disse para Valéria, "acho que essa vai ser a primeira corrida que vou ter que caminhar"

Passei a caminhar, pra ver se a dor passava. Alonguei. Mas nada. A articulação do joelho continuava cada vez mais enrijecida e a dor mais intensa. Tentei em vão, voltar a correr, mas a dor ficava ainda mais aguda.
Quando cheguei caminhando à placa do Km 21, pensei: "é, não vai dar. Se eu andar nesse ritmo até a linha de chegada, só vou chegar amanhã. Se forçar, vai agravar a lesão".
Me sentei do lado da placa de quilometragem e refleti um pouco. Não foi fácil ter que engolir essa.
E para delírio de um grupo que estava próximo ao local, dei sinal para um táxi. Desisti. Resolvi ir
para a linha de chegada de táxi mesmo...

Mas aí, outro problema: devido ao trânsito congestionado por causa da própria corrida, o taxímetro sugou todo dinheiro que estava em minha posse. Então, pedi para o taxista parar. Neste ponto estava próximo a um túnel que fica do lado da Rocinha. O taxista foi muito gentil e disse: "vou te deixar no Leblon", parando próximo ao trajeto da prova.

Pedi atendimento em uma ambulância do evento, que estava no km 31. E após 30 minutos com gelo no joelho e muita pomada analgésica, senti um alívio pelo menos para caminhar. Como não tinha outra opção, fui caminhando rumo à linha de chegada para retirar meus pertences no guarda-volumes.

Fui de cabeça baixa, e apesar de ouvir os incentivos, não havia como me conformar, pois esperei um ano para dar "essa volta por cima".
Confira o vídeo do meu trajeto.

Mas maior ponto negativo da prova foi na área da orla da praia de Copacabana, onde presenciei um atleta idoso quase ser atropelado por um ciclista, que fazia manobras entre os atletas.
Vi também muitos atletas se desviarem de skates, patins e bicicletas. Mesmo tendo uma ciclovia ao lado, muitos preferiam fazer suas manobras em meio aos corredores. E não havia ninguém da organização para garantir a segurança dos atletas. Me lembrei de um comentário postado em outra matéria (AQUI) pela atleta Verusa Almeida: "vocês estão lidando é com vidas. Deve-se ter uma estrutura preparada para tudo,não basta entregar simples camisas e medalhas,é necessário dar suporte ao atleta."

E é triste ver que, o povo que sai às ruas, manifestando e reivindicando mais postura por parte de políticos, é o mesmo povo que parece estar pouco se lixando para o espaço do outro.

Também é interessante ver que, os organizadores, que tanto reclamam da presença de "pipocas", não se importam muito se outras pessoas estiverem atrapalhando o andamento do evento, desde que não usufruam da estrutura da prova. Assim, parece que a preocupação de organizador com relação aos "pipocas", é simplesmente referente aos gastos que eles podem vir a trazer à organização, e não com o conforto/segurança dos clientes.

Os últimos corredores ficaram completamente abandonados, pois, a organização retirou o gradeamento e sinalização colocados ao longo do percurso, antes mesmo do horário previsto para o fim da prova, vindo os atletas a disputarem a pista com carros, motos, carretas ...
Digo que o tempo limite da prova ainda não havia acabado, pois,o ônibus que passa recolhendo os "últimos atletas com pace permitido" (conforme previsto em regulamento) ainda não havia passado.

O lanche repositor que fica localizado em Copacabana também já havia se esgotado.

Parece que quem realizou este evento se esqueceu de que, quem chegou por último, pagou o mesmo valor que quem chegou em primeiro. Aliás, geralmente os primeiros colocados, que são atletas de elite, e a "grande atração" do evento, nem pagam, pois ganham cortesias dos realizadores. Então por quê quem ficou para trás tem que ser tratado com tanto desprezo?

Não estou dizendo isso apenas porque dessa vez cheguei entre os últimos. Em outras ocasiões onde fui bem colocado, também já critiquei atitude semelhante por parte de organizadores (AQUI).

Nos Kms finais, acelerei minha caminhada para um trotinho leve, sem gerar muita dor, mas para chegar logo ao guarda-volumes. Ainda estava mancando e muitas pessoas que viam a cena, aplaudiam, em um suposto momento de superação. Mas na verdade, era só pressa para pegar minhas coisas e ir logo embora.
Me emocionei muito quando estava próximo ao aterro do Flamengo, pois, foi o último lugar que levei meu pai para passear, em 2012.

Danifiquei meu chip para não ser incluído na lista de colocação, uma vez que não fiz o percurso todo, e peguei minha (des)merecida medalha.

Agradeço ao Paulo Henrique Prudente, que me emprestou seu celular para fazer uma ligação depois da prova. E também à Tomiko Eguchi, que meu deu um analgésico próximo à linha de chegada.
Deixo também meu agradecimento a outros profissionais que me apoiaram nessa fase: Dr Washington Fernando Rodrigues, Dr Anderson Saleme, Dr Ayslan Dias, Dr Domingos Sávio de Mendonça, e Dr Marco Antônio Bahia.

A Maratona do RIO 2012, foi o melhor evento que já participei na minha vida. Já a edição 2013, foi a pior organização do ano até agora. Em 2012 recomendei a prova para todos que quisessem estrear nos 42 km, hoje já não recomendo mais. Não digo que não irei participar de uma nova edição, mas com certeza, não vou esperando nada demais, nem recomendar a ninguém para não me sentir culpado depois.

Até então, não sabia o que era sofrer uma lesão durante uma prova. Não sabia o que era ter que parar. Não sabia o que era DESISTIR. Mas me lembrei que, fui para o Rio, unicamente com o objetivo de me divertir, e isso eu fiz muito. Usufruímos de todos os recursos culturais cariocas a nosso alcance: gastronomia, turismo, cinema, sebos, livrarias, teatro, museus...

E quanto ao meu orgulho? Um dia desses eu recupero. Um dia desses...
"Vencer não é coisa de momento. Vencer é uma coisa de sempre. Não se vence às vezes. Não se faz a coisa certa às vezes. Faz-se a coisa certa sempre. Vencer é um hábito. Infelizmente, perder também."

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18 comentários:

  1. Valeu Daniel!
    Correr é isso mesmo, as vezes parar (desistir) é a melhor coisa a se fazer!
    A integridade do nosso corpo tem que ser levada em consideração!
    Ano passado desisti no km14 da meia da Linha Verde e até hj estou engasgado com essa distância, minha redenção será na Meia de BH desse ano.
    E no mais.... Vamu que vamu sempre.....

    Luiz Fernando (Batman)

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    1. Me lembro daquela corrida pois, largamos juntos. E me lembro que desde o começo Vc já estava meio desanimado (eu acho). Comigo foi a mesma coisa. Tem dia que não é o nosso, rsss.

      Mas depois nos recuperamos!

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  2. Lamento o ocorrido, Daniel. Já passei pela experiência de não conseguir concluir algumas provas, e sei bem o que você quis dizer. Mas também te parabenizo pela decisão. Essas frases de efeito são realmente bonitas nas redes sociais, mas nunca devem ser levadas ao pé da letra. O medo é encontrar gente que leva.

    Mesmo tendo demorado bem mais que no ano passado para concluir a prova, não presenciei as cenas lamentáveis que você mencionou. Acredito ter perdido apenas um posto de isotônico vazio, se não me falha a memória. Na maior parte dos postos de água, consegui a mesma em boa temperatura, longe da ambiente. Não testemunhei a "invasão", embora ache que, na orla, somos nós, corredores, os considerados invasores. Mais um motivo para a prova largar mais cedo.

    Bola pra frente e que você possa, em outras oportunidades, participar de provas melhores e ter condições de conclui-las, livre de lesões e ameaças delas.

    Abraço!

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    1. Obrigado, Mestre!

      Quem passou essas contrariedades foram os que ficaram por último. Coisa comum e muitos eventos, mas não esperava nesse.

      A falta de respeito, como passar de bicicleta rente aos atletas, foi colocada em meu vídeo. Mas na câmera tenho o equivalente a um longa metragem, só de falta de educação. Sei que a orla é fechada para o lazer, mas sempre ouvimos por aí: "a organização paga alvará mais isso e aquilo para realização do evento", "se fosse em um show Vc não entrava", "o direito individual não se sobrepõe ao coletivo"...frases usadas para reprimir os "pipocas", mas que são incoerentes, pois, como disse na matéria, parece que a preocupação de organizador com relação aos "pipocas", é simplesmente referente aos gastos que eles podem vir a trazer à organização, e não com o conforto/segurança dos clientes.

      Qdo argumentamos sobre o direito de ir e vir referente a um "pipoca" transita no local do evento, ele é contestado por organizadores e seus lacaios, mas qdo é para assegurar a integridade física dos atletas, aí os defensores invertem o quadro: são os ciclistas e afins que tem o direito de ir e vir.

      Muita incoerência, e muita conveniência tb.

      Por isso defendo uma regulamentação LEGAL para estes eventos. Mas isso nunca vai acontecer. Sempre ficamos sem saber quais os reais direitos e reais deveres que nós temos nesse esporte...

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  3. Daniel boa noite, cara infelizmente as vezes o que planejamos não dá certo, mas o negócio é não desistir, pode demorar 1, 2 ou 3 anos o negocio é persistir...Os pontos negativos que vc citou aqui é válido, vc poderia enviar esse seu relato para o organizador da prova, pq essa prova é planejada, mas no dia o organizador não fica em toda a extensão da prova para ver o que está acontecendo, não que esteja defendendo o organizador, mas se todos informassem o ocorrido, com certeza eles irão tomar providencias necessárias para as proximas provas...Também lamento o ocorrido com vc...A gente nunca pensa que vai acontecer conosco, pois ano passado em uma ultra me lesionei no percurso e usei a cabeça e parei, preferi me preservar a minha saúde, mas não abaixei a cabeça seguir em frente e este ano corri ela novamente e deu tudo certo...O vídeo que vc fez foi showwww parabens...Vi vários amigos no video que ja´conheci pessoalmente, pena que nós não nos vimos, mas tudo bem, nos veremos na próxima, e espero que também o seu joelho já esteja bom, caso não esteja melhoras campeão.

    Um forte abraço,

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.com

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    1. Obrigado, Camarada. Ano que vem, se eu for, com certeza vamos nos ver e trocar ideias.

      E sim, vou dar a volta por cima, e começando do zero.

      Vou mandar a própria matéria para a organização.

      Até 2014!

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  4. Boa noite Daniel! Seu vídeo da Maratona do Rio de 2013 foi Show, tão bom quanto o de 2012, também já tive a experiência de não poder completar uma prova longa, a primeira vez foi no Desafio Bertioga-Maresias de 2010 de 75km onde fui cortado por estourar o tempo limite no km 68, e no Desafio Praias e Trilhas de 2011 de 84km (que é dividido em duas maratonas de 42km, correndo uma no sábado e outro no domingo onde consegui completar o primeiro dia do percurso de 42km mas onde também fui cortado no segundo dia por estourar o tempo limite no km 24, só sei que "depois da tempestade vem a bonança", deixa a natureza cuidar de você, ou seja tenha uma recuperação mais próxima do natural, e isso só o tempo pode te proporcionar, e faça a volta dos treinamentos de maneira bem gradual, você vai se surpreender com os resultados. Desejo boa sorte!!! Foi um prazer revê-lo novamente no Rio, espero lhe encontrar na cidade Maravilhosa na Maratona do Rio de 2014, só pela visita a cidade já vele muito a pena. Um grande abraço!!!

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    1. Obrigado, Amigo. Eu achei o de 2012 melhor, ainda mais porq não parei no meio. Rsss. O vídeo que eu tinha planejado era outro, com outra música, outro título, outro final. Mas as circunstâncias me levaram a usar a música e tema que eram mais apropriados.

      Esses percursos que Vc citou estão além das minhas capacidades, rsss.

      Obrigado por divulgar o vídeo. Ano que vem pretendo voltar p fazer melhor!

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  5. Meu amigo, valeu pela garra e pela tentativa!!! Gostei muito de ter conhecido vc, pessoalmente. Que venham outras! Vamos combinar! O texto está bárbaro, tbm senti essa falta de respeito dos cariocas, invadindo a nossa pista, sem nenhuma consideração. Eu do prei água pelo caminho, pq as que pegava, estavam mornas... Gelo? Nem pensar... Gatorade só fomos ver depois dos 15k, procede? Nem lembro mais!!!! Para mim foi uma vitoria, pelo calor que senti, mereci minha medalha, mas do Rio de Janeiro, só quero turismo, chega de corridas por lá... Grande abraço. Teu
    Aí ficaria orgulhoso de vc. Namastê
    Valeria Spakauskas

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    1. Valeria, há um ano atrás Vc me mandou a seguinte mensagem:
      "Daniel, está contratado para produzir meu vídeo da minha primeira maratona!!! Parabéns, guerreiro!!! Não é pra qualquer um não!!!!!! Mandou muito bem, garoto!!!!!! CONGRATS!!!!!!"

      Pronto! Agora é só depositar na minha conta! Rsss!

      Pena que tivemos esses contratempos. Minha primeira maratona foi show, apesar das sequelas. Carregue na sua mente só o que houve de grande e te enriqueceu. Esqueça o resto.

      Um dia vamos em POA, correr no gelo!!

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  6. Fui pra maratona preparado mas com medo das terriveis dores nos joelhos e panturrilhas...
    Graças a Deus não senti nem uma nem outra... mas em contrapartida senti fortissimas dores nas coxas, que me fez caminha uns 300 mentros e correr uns 5k, e assim fui até o final.
    Subi o elevado do Joá amassando barro, por causa das dores.
    Parei numa ambulância recebi massagens e continuei...
    No inicio da subida da Niermayer voltei a sentir dores, caminhei uns 200 metros e disse a mim mesmo: - mesmo com dores, vou vencer este morro. Pra quem treinou as 2 voltas no Circular em João Monlevade-MG, onde cada volta tem uma subida de 8km consecultivos. Quem conhece MG sabe o que estou falando.
    Fui e corri até Ipanema, onde as dores vinham com maior intensidade.
    Estava com o psicologico bem e pensei.
    Seu eu continuar vai dar caimbra e terei que parar, então caminhava as dores diminuiam, ai eu corria.
    Mas de maneira nenhuma eu iria colocar minha saúde em risco.
    amo correr...
    Mas sei a hora de parar também.
    Se fosse necessário parar e desistir, faria isso com a maior alegria.
    Pois sei que Maratona não é facil, se fosse todo mundo faria.
    Graças a Deus, conclui com 4h49' sem estar cansado, com o psicologico bom, sem dores no joelho, sem dores na panturrilha, mas as coxas...

    Gualter Cajá

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    1. Falou tudo. Não estávamos num percurso de 5, estávamos num percurso de 42, sob um sol escaldante. Percurso onde muuuuuitos profissionais já sucumbiram. Porq teríamos que suportar o insuportável. Parabéns p Nóis, rsss.

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  7. Geraldo Oliveira Junior17 de julho de 2013 às 12:53

    Caro Daniel Xavier, aconteceu comigo também...tive fortes câimbras e abortei no km 32, peguei um busão (tive o cuidado de retirar o chip para não dar classificação), desci no km 41 e fui para a chegada encontrar os amigos, pois caso não o fizesse ficariam preocupados. Um abraço e vamos para a próxima que vai dar tudo certo, repetindo você, no próximo ano vamos voltar e tudo vai dar certo!!!

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    1. Obrigado, Geraldo.

      É bom mostrarmos que desistir faz parte, e às vezes é o mais prudente a fazer. Temos que deixar o romantismo de lado e colocar nossa integridade física em 1° lugar. Essa história de "arraste se for preciso", na verdade é uma grande imprudência. Qdo Luther King disse isso, ele se referia a seguir em frente nos seus sonhos, lutas e ideais, e não nas corridas de rua.
      Bom saber q não estou sozinho, rssss. Ano q vem vamos voltar lá e "vingar", rsss.

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  8. Desistir,acho que pegou pesado com vc!
    Adiou sua volta aos 42km,claro que sempre nos cobramos mais,mas encare como um recomeço após tudo que enfrentou.Vai acontecer D.X,vejo muita coragem em você.
    Sou sua fã amigo D.X,parabéns.
    li uma postagem muito legal no face:"não diga,não,nunca mais,sempre,jamais,diga simplesmente AINDA".
    "ainda haverá tempo de ser feliz novamente".
    abraço fraterno

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    1. Verusa, essa desistência teve um sabor mais amargo porq é uma prova especial p mim. Mas passou. na hora acho que é ruim para todo mundo, não importa a distância. Nossa cultura não é treinada para aceitar perdas.

      E como Vc viu no vídeo, era dedicado a uma pessoa especial.Mas como Vc disse, foi apenas adiado....

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  9. Daniel,
    Parabéns pelo relato e vídeo!
    Legal te encontrar na largada.
    Maratona não é brinquedo, tem que estar preparado para encarar essa maluquice, falo isso com muita experiência em dores e cãimbras que tive que domar para terminar as anteriores.
    Só tive problema com um "sem noção" de patins no percurso, mas esperar que a organização coloque staffs nos 42k por mais de 5 horas para garantir a passagem de todos é impossivel. O que falta é educação ao POVO, é respeito mesmo entre os iguais, que no caso são diferentes, porque quem não corre não entende nem apoia quem corre e por aí vai. O problema é bem mais embaixo.... Ainda acho a organização da maratona do rio uma das melhores do Brasil, no frio e chuva de 2012 a água ficou gelada o percurso todo por mais de 7 horas, mas é impossível manter gelada com calor de 30°C acima. Não tem como. Mas, na chegada estavam todas geladas mesmo depois de tanto tempo.
    Eu entendo a frase do Vanderlei Cordeiro como um mantra, "herói é quem corre por mais de 4, 5 horas seguidas". O cara é só o único brasileiro medalhista olimpico na maratona.
    Abraço
    Boa recuperação e bons treinos para os próximos desafios.
    Colucci

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  10. Obrigado Dr. Com relação a staffs nos 42k, bem, a organização tem parcerias, apoio governamentais, etc., e é responsável pelo percurso. Afinal, p quê serve alvará, etc, etc? Qdo participei da daquela meia de SP, onde te conheci, pensei que ia ser uma bagunça por ser em SP. Mas não foi. Organizadores devem ter parcerias tb com guardas municipais, PM, etc. Digo isso porq já participei de muito que contou tais parcerias. E essa organização não é fraca.

    Água gelada durante horas, realmente é impossível. Mas faltar gatorade logo no primeiro posto. Que, inclusive era previsto no regulamento, é injustificável.

    Para quem passou primeiro teve. Mas a corrida não foi feita apenas p quem passou primeiro.

    Sei que a orla é fechada para o lazer, mas qdo é para ser usada por papas, políticos, casamentos de netas, shows de pop stars da música brega, ninguém nem ao menos ousa questionar. Sei que que são situações (e poderes diferentes), e que, se falarmos muito, ainda ficamos sem.

    Mas é como já disse para o Namiuti, defendo uma regulamentação LEGAL para estes eventos. Mas isso nunca vai acontecer. Sempre ficamos sem saber quais os reais direitos e reais deveres que nós temos nesse esporte...

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